Demissão de Matilde não encerra polêmica
Apesar da demissão da ministra da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), Matilde Ribeiro, a revista Istoé, que será publicada este final de semana, reaquece o assunto com novidades e lança mais álcool na fogueira. Segundo a reportagem, uma ampla auditoria que o Tribunal de Contas da União (TCU) está realizando, ainda não divulgada, revela que há outras irregularidades em alguns dos 42 cartões corporativos da Presidência da República. Desta vez estão envolvidos funcionários da Presidência que utilizaram o cartão como “ecônomos” de autoridades do Palácio do Planalto.Os documentos inéditos do TCU, obtidos pela Istoé (clique aqui para ler a matéria), mostram que assessores do Palácio estão realizando gastos irregulares. Entre as fraudes detectadas, estão o pagamento de diárias a servidores que não foram indicados pelo Planalto como integrantes de comitivas em viagens oficiais e o pagamento de diárias, muitas vezes superfaturadas, em quantidade superior ao período de estadia efetiva.Há também casos de inexistência das empresas nos endereços consignados nas notais fiscais utilizadas para atestar o gasto. Além disso, há ainda episódios de emissão de notas fiscais “calçadas”, aquelas que registram valores diferentes nas várias vias de mesmo número.É com base nesses documentos que o deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP) pretende conseguir as assinaturas necessárias – 171 na Câmara e 27 no Senado – para instalar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) com o objetivo de investigar os gastos com o cartão corporativo. O deputado Raul Jungmann (PPS-PE), que escreveu artigo sobre o tema hoje, acredita que o governo está usando a ministra Matilde como bode expiatório e que a questão dos gastos com o cartão corporativo realmente é muito mais profunda. “Ainda tem muito para aparecer. Nós lutamos pela transparência desses gastos há muito tempo. Queremos instalar uma CPI porque há muito o que ser apurado”, afirmou o parlamentar ao Contas Abertas.A polêmica envolvendo os gastos com os cartões do governo não é nova. Em 2005, o deputado Augusto Carvalho (PPS-DF) coletou informações no Sistema Integrado de Administração Financeira (Siafi) e questionou os elevados gastos e a ausência de transparência plena na divulgação dos dispêndios desde a implantação do mecanismo, ainda no governo Fernando Henrique Cardoso. O tema rendeu, na época, uma matéria especial de capa da revista IstoÉ Dinheiro.Aprenda a pesquisar gastos do cartão corporativo do governo federalVeja você mesmo as despesas do cartão corporativo seguindo os seguintes passos: entre no site da CGU (http://www.cgu.gov.br/), clique em “Portal da Transparência” e depois em “aplicações diretas”. Lá, selecione a opção “cartões de pagamento do governo federal”, o ano a ser pesquisado e clique em “efetuar consultas”. Após, basta escolher o órgão para ter acesso à lista de nomes de servidores e autoridades que têm o cartão corporativo.
Leandro Kleber
Do Contas Abertas: http://contasabertas.uol.com.br/noticias/detalhes_noticias.asp?auto=2120
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