quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

Coisa Perigosa: a descrença nas instituiçoes representativas


O site "Contas Abertas" toca num assunto preocupante: a descrença da população nas instituições democráticas e representativas. Isto é muito perigoso, pois, daqui a pouco, vão querer substituir os representantes que, bem ou mal, são eleitos pelo povo, por tecnocratas formados em Harvard, ONGs estrangeiras, instituições multilaterais internacionais ou coisa parecida. Seria o fim da picada. Diante disso, logo poderá surgir um espertalhão qualquer que, sabendo catalisar as insatisfações populares em proveito próprio, induza a Nação ao totalitarismo. A História é farta em exemplos assim. Mas, o que me preocupa mais é o papel da grande mídia neste processo. Neste sentido, confesso que tenho algumas dúvidas:

1) Por que a grande imprensa, quando fala de corrupção, se concentra na corrupção no varejo, nos gastos ridículos com cartões de crédito nos shoppings da vida, mas ignora solenemente a corrupção desenfreada no atacado (aquela que envolve o descontrole cambial, a remessa de lucro descontrolada, o pagamento de juros irreais e as privatizações)? Será que é para desviar a atenção da população para o que realmente interessa? É lógico que sim.
2) Por que não se fala, por exemplo, das falcatruas das transnacionais que, quase sempre, criam uma contabilidade ilusória, superfaturando as importações e subvalorizando as exportações, remetem seus lucros papra os paraísos fiscais e camuflam seus lucros para não pagar imposto algum? Por que não se fala que, ao contrário dos gastos perdulários do Palácio do Planalto, são estas perdas internacionais o grande grande fator gerador de nosso déficit público crônico? Aliás, nunca vi o histérico do Artur Virgílio gastar sua saliva para falar desse assunto.

3) Por que não se fala que a DRU - Desvinculação das Receitas da União - criminosamente arranca, de uma forma espertalhona e com o respaldo da grande mídia, recursos das contribuições (sempre aumentadas), não para servir às "finalidades sociais" para que foram criadas, mas para manter o famigerado "superávit primário" que viabiliza o pagamento de mais R$ 300 bi de juros mensais da dívida pública? É bom lembrar que somando, só no ano passado, pagamos mais de R$800 BILHÕES. Segundo Helio Fernandes, "aproveitando o carnaval, o secretário do Tesouro, Hugo Arno Augustin, publicou o total da "DÍVIDA" interna. Segundo seus números indiscutíveis (ele é um homem corretíssimo), fechou 2007 em 1 TRILHÃO, 526 BILHÕES. Desse total, 1 TRILHÃO e 70 BILHÕES são títulos do Tesouro, em poder dos bancos, muitos deles multinacionais". E há imbecil da dita "Oposição" que ainda lamenta a perda dos R$20 bilhões da falecida CPMF. PELO AMOR DE DEUS! não nos façam de imbecis!!!

4) Por que não se fala dos milhões que são hoje repassados para as ONGs internacionais atuantes no Brasil - e que não são devidamente fiscalizados pelo TCU? Por que estas ONGs - não eleitas por ninguém - são sempre mostradas como incorruptíveis, vestais grávidas, e os nossos políticos - bem ou mal, eleitos pelo povo - são sempre mostrados necessariamente como mercenários e corruptos crônicos? Será que absolutamente nenhum político vale nada? Seria isso uma campanha deliberada para destruir nossas intituições democráticas desacretidar qualquer possibilidade de representação política nacional?

Estas são algumas dúvidas que me vêm à cabeça quando vejo notícias como a que se pode ver a seguir. E isto me preocupo bastante. Logo, como os nazistas na Alemanha, vão querer botar fogo no parlamento. E todos sabem no que aquilo deu.

Bom! Confiram o estudo publicado pelo site "Contas Abertas e, se quiserem me ajudar a matar as dúvidas, escrevam seus comentários.

Desconfiança da população nos políticos e autoridades cresce a cada ano e já atinge mais de 80%

A credibilidade dos parlamentares e das instituições governamentais, diante dos recentes escândalos de corrupção, parece estar no fundo do poço. Prova disso é o crescente aumento da desconfiança da população nas autoridades brasileiras. Desde 1993, a porcentagem de pessoas que não confiam nos políticos vem crescendo. Naquele ano, 82% da população não acreditavam; em 1999, mais de 85% e em 2005, cerca de 87% não confiavam na classe política. Em 2005, mais de 70% não acreditavam no Senado e na Câmara. No ano passado, este número subiu para 80,7% e 83,1% respectivamente. Os dados correspondem a duas pesquisas, uma do Ibope, que aborda a evolução dos números, e outra realizada pela Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), em parceria com a Universidade de Brasília (UnB), com as informações de 2007. Mesmo com a crença da população em relação à política estando abalada, o estudo da AMB/UnB mostra que cerca de 90% acha que a corrupção pode ser combatida, sendo a Polícia Federal (PF), o Ministério Público (MP) e a sociedade civil as instituições mais relevantes nesse combate. Entre os órgãos mais confiáveis, estão a PF, as Forças Armadas e o Juizado de Pequenas Causas. O governo federal também não foi poupado pelos entrevistados na sondagem. Cerca de 54% das pessoas admitiram não confiar na atuação do Executivo. A grande maioria das pessoas declarou já ter ouvido falar do TCU e da CGU. Mas a maioria não conhece os trabalhos desenvolvidos pelos dois órgãos. Mais da metade (51%) da população não sabe a diferença entre Ministério Público e Poder Judiciário. A pesquisa abordou ainda o sistema eleitoral do país. A maioria esmagadora (95%) acredita que a reforma política é fundamental, sendo que 79,8% das pessoas discordam do foro privilegiado a que têm direito presidente da república e seu vice, ministros de estado e de tribunais e parlamentares. Mais de 90% consideram que um político processado na Justiça não pode concorrer às eleições e 91% acreditam que a Justiça não pune com rigor os políticos. Na sondagem, foram entrevistadas mais de duas mil pessoas em todo o país na faixa etária entre 25 e 34 anos. O estudo foi orientado pelo coordenador de graduação do Instituto de Ciência Política da UnB e professor de Teoria da Corrupção, Ricardo Caldas. Ele afirma que o sistema político brasileiro chegou ao limite. Segundo o professor, como o formato da política é tolerante à corrupção, a tendência é aumentar o crime. Porém, Caldas diz que a política não corrompe a pessoa. Para ele, o poder é a principal causa do problema. “Quanto maior o orçamento de uma instituição, maior é a probabilidade de haver corrupção. A pessoa tende a ser mais corrupta onde há mais recursos”, acredita. Caldas diz que a população, diante de tantos casos de corrupção, já tem a mentalidade de que tudo é possível e que todo mundo se dá bem com o esquema ilícito. “As pessoas têm a idéia de que os políticos são corruptos. No entanto, a maioria delas desconhece os órgãos responsáveis pelo combate ao crime. Elas não sabem quais são as instituições e muito menos o que fazem. Portanto, não têm noção de para quem recorrer. Isso reforça a impunidade”, afirma. Segundo Caldas, o aumento da corrupção traz o crescimento da impunidade e forma um ciclo vicioso. O professor ressalta ainda que os prejuízos originados da corrupção geram ao país enormes perdas, tanto na área econômica quanto na social. “O ato ilegal faz com que o Produto Interno Bruto (PIB) sofra uma redução. A destruição da ética e da moral também desestimula os representantes da sociedade civil”.

Veja relatório do estudo da ABM/UnB e do Ibope.

Cecília MeloDo Contas Abertas

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