Durmo a madorna dos culpados e sigo cínico,
Reparo minúcias curiosas e inconfessáveis;
E nas noites de agonia estupro adágios;
Quero amor, quero poder e mulheres inviáveis.
Sem ouro milagroso e cobiça decisiva,
Sigo o rumo dos poetas e namoro a Saudade.
E das esquinas da vida e dos cheiros femininos,
Canto a dor do que perdi e das misérias da idade.
Sou pai, sou filho e sou amante.
Tenho três milhões de sonhos impossíveis,
Cinco trilhões de coisas por fazer e algo parecido de temores.
Mas contento-me em acender um cigarro e pensar em coisas invisíveis.
Quero as enxurradas da infância, a aflição da juventude e o fastio da velhice,
O elo milagroso de todos os mundos que passei e das experiências atrapalhadas.
Tenho como meu o Templo de todos os templos, de todos os medos e certezas,
De todas as ruas agitadas, bares insalubres e mulheres depravadas.
E quando tropeço no sorriso duma dona bem bonita e cobiçada,
Quando sinto o cheiro apetitoso da Ansiedade e do Prazer,
Quero apenas degustar a carne, cheirar a alma e apalpar a vida,
Como criança traquina acha bão fazer.
Said Barbosa Dib
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