Com apoio dos EUA, sul do Sudão, área rica em petróleo, quer referendo para criar novo Estado. Se a moda pega?
O sul do Sudão, de maioria cristã, e o norte do país, de maioria islâmica, que mergulharam num conflito sangrento e terminaram a guerra num frágil acordo de paz, em 2005, podem se enfrentar num referendo para decidir se o país africano se dividirá em dois. Com o apoio dos Estados Unidos, o sul do Sudão, a região mais rica em petróleo do país, quer o plebiscito para romper com o resto do país em 2011. Analistas advertem, no entanto, que o governo islâmico é apoiado pela China, que tenta a todo o custo evitar a separação. Mas os rivais do sul, encabeçados pelo Movimento Popular de Libertação do Sudão, tem o apoio de Washington, o que há o temor de um trágico futuro conflito. Pouco se sabe sobre a população do sul e das principais cidades, mas a geografia estudada indica que a região é potencialmente produtora de petróleo. O governo, prevendo a possibilidade de conflito, tenta mudar as divisas entre o norte e o sul, interessada em tirar da região importantes reservas de petróleo. Do outro lado, líderes separatistas, que querem refundar o Sudão do Sul fazem questão de demonstrar a vontade de separação. Os governos regionais têm estreita relacionamento com o movimento e já atuam, em certos aspectos, de forma independente. Tudo isso é possível graças ao apoio dos EUA, cada vez mais presentes na região. `Cartum quer mostrar que não sabemos governar sozinhos e instiga o conflito entre as diferentes tribos. As coisas não andam bem pois ambos os lados não demonstram disposição para o diálogo e a corrida por armas é grande`, disse o governador de Kajo Keji, Oliver Mule. Segundo ele, o clima em muitas cidades e vilarejos já é tenso. Em meio aos problemas, moradores tentam do jeito que podem aproveitar o período de paz. `Apesar da pobreza, as festas acontecem quase todos os dias. As pessoas temem não poder fazer mais isso no futuro`, explicou Mule. Na quinta-feira, o secretário de Energia dos Estados Unidos, Sam Bodman, disse que os níveis atuais do preço do petróleo colocam a economia estadunidense em `zona de perigo`. Para ele, o preço atual do produto, que chegou a US$ 78,21 na última terça-feira, pode prejudicar a economia do país, mas que o impacto, até agora, é `modesto`. Bodman disse que os países exportadores de petróleo deveriam estudar `cuidadosamente`, um aumento no fornecimento do produto.
(O Globo/Folha de S.Paulo)
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