terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

GRANDE SEBASTIÃO NERY


Prezado Redator do jornal "Notícias da Bahia":

Tendo em vista que o Sebatião Nery fez referências sobre mim em sua coluna neste prestigioso veículo, peço que analisem a possibilidade de publicação do artigo que segue. Desde já agradecido pela atenção e sempre a sua disposição,

Said Barbosa Dib, assessor de imprensa do senador José Sarney

Fone: (61) 91133039/33113430

Por Said Barbosa Dib*

Política não é literatura


José Sarney e Sebastião Nery. Homens honrados. Brasileiros ilustres! Nordestinos porretas! A Política e as letras são suas paixões. Prosadores de mão cheia, sabem como poucos o ofício de bem escrever. Não tem essa conversa fiada de um ser imortal e o outro não. O importante é que, independente do respaldo acadêmico, a realidade descrita em seus "causos" realmente fascinam e encantam, como só os grandes gênios da literatura sabem fazer. E nós, meros leitores, agradecemos.

Mas, o que importa aqui não é o que os uni, mas o que os distingüe. O Ex-presidente sempre conseguiu manter uma separação clara entre a sua luta política e o seu perfil de literato, uma das coisas mais raras de se conseguir. Ele sabe que a política tende a corromper a literatura, na medida em que subordina a criatividade à fidelidade aos dogmas de determinado grupo. Torna o escritor mero propagandista. Certa vez, sobre o assunto, advertiu que o "político lida com realidades, o escritor com abstrações". Como intelectual e político, aprendeu que "o intelectual é o homem da justiça absoluta; já o político é aquele que busca a arte do possível, com os instrumentos da contingência". E ensina: "quem governa vive suas circunstâncias. Não decide sobre abstrações, mas fatos".

Tal compreensão, definitivamente, Sebastião Nery não tem. Ele é um intelectual engajado, no sentido sartreanóide, que faz da literatura um campo fértil para a sua militância política, sendo aquele típico intelectualeba incrustado na "torre de marfim", manipulando, lá de cima, fatos conforme a doutrina e o interesse imediatos, estigmatizando pessoas e instituições. R omântico, ingenuamente abstrai a realidade e crê lutar por "justiça absoluta" na política, como se fosse viável definir o que seja tal coisa; por isso, nunca realizou nada de útil à sociedade em sua carreira política. Age assim, simplesmente, porque nunca governou. Foi sempre coadjuvante ou observador. Passivo. Nunca lidou com a realidade de quem tem o poder e precisa saber decidir; nunca teve que enfrentar as pressões naturais sobre quem governa numa sociedade complexa e conflituosa, como Sarney teve que fazer, não com autoritarismo, mas democraticamente (o que é o mais difícil). E o fez muito bem.

Nery fica com o mais fácil: a fantasia, a manipulação de conceitos quiméricos, o enquadramento abstrato das forças políticas, achando que pode usar, com "liberdade" absoluta, "carimbos" vazios como "oligarca", "demagogo", "democrata", "bom", "mal" ou "populista" contra qualquer um, como se o mundo político ou seus adversários fossem seus personagens. É a utilização maniqueísta e totalitária do mundo, para ele, dividido entre o "bem" e o "mal", amigos e inimigos, quem paga (?) e quem não paga. Diferente de Sarney, portanto, tem a liberdade (ou irresponssabilidade?) de confundir literatura com política, podendo "literalizar" os fatos históricos, sem assumir responsabilidades.
(...)


Segue a resposta ao grande colunista Sebastião Nery. Confiram na íntegra no site do jornal "Notícias da Bahia":

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