A eleição do Rio virou uma gargalhada só
Assim que lançou sua candidatura a prefeito, "apoiado" por forças que representavam tudo que ele combateu a vida inteira, falei ao próprio Fernando Gabeira pelo telefone: "Gabeira, você está me dizendo que só aceitou ser candidato com total transparência?"
Ele ficou em silêncio, continuei: "Mas você está se juntando a grupos que além de não terem votos, a vida inteira brigaram com a transparência. Você está destruindo um passado brilhante".
Falamos mais um tempo, divagamos, Gabeira compreendeu que eu estava com a razão, mas já não tinha mais espaço para retrocesso. E começou a campanha, desastradamente, apresentou até agora três "propostas-malucas".
1 - Para preservar o serviço médico dos hospitais do Rio que já foram dos melhores do Brasil, quando aqui era Distrito Federal e depois Estado da Guanabara, fazia a seguinte proposta às "cervejeiras", que todos sabem que faturam muito.
Explicação de Gabeira: "Como a maioria dos cidadãos que vão aos hospitais é para procurar as emergências geralmente atingidos por motoristas que dirigem embriagados, as cervejeiras patrocinariam e financiariam essas emergências".
Alguma coisa deve estar transtornando a cabeça de um homem que já foi jornalista lúcido e atuante. Como é que alguém poderia acreditar que as "cervejeiras" iriam financiar tratamentos de emergência, passando recibo que esses acidentes são provocados por motoristas que dirigem embriagados?
2 - Os garis passariam a se chamar de "pedagogos sociais". Trabalhariam com dois cartões pendurados na frente da camisa. Um cartão AMARELO e um cartão VERMELHO. Se eles assistissem alguém cometer uma ilegalidade, como por exemplo jogar sujeira nas ruas, dariam a esse cidadão o cartão AMARELO. E daí, o que aconteceria?
O cartão VERMELHO seria dado para fatos mais graves ou para carros que cometessem imprudência, avançassem o sinal do trânsito, por aí. Esses levariam o cartão. E depois, exatamente como o cartão AMARELO, o que aconteceria?
3 - Esta última não seria admitida nem no Manicômio Judiciário. A sugestão de Fernando Gabeira, candidato a prefeito: "Fazer naufragar um navio na altura das Cagarras para atrair turistas. Estes gostariam de nadar e submergir no meio dos destroços do navio". Imaginem só, as Cagarras representam áreas ecologicamente perfeitas, quase um santuário.
Agora falando a sério sobre a eleição de prefeito do Rio, apesar de Fernando Gabeira insistir que são sérias suas propostas "construtivas e inovadoras".
1 - Alessandro Molon, do PT-PT, que ainda não é candidato (representa apenas parte de uma proposta de Sérgio Cabral ao partido de Lula para fazer média com o presidente), começa a receber adesões. O PP comunicou a ele o seu apoio. Engraçadíssimo.
2 - Marcelo Itagiba há 6 meses vem dizendo a este repórter, "sou candidato pelo PMDB". Reafirmou ontem: "Os que estão sendo apresentados fora de convenção terão que ganhar de mim na convenção".
3 - Regis Fichtner, que é vice na proposta (e não candidatura) forjada por Sérgio Cabral, deixou a Casa Civil. Não voltará ao cargo, assumirá a suplência sem votos que tem no Senado.
4 - Segunda-feira, nova reunião do Diretório Estadual do PMDB, presidido pelo ex-governador Garotinho.
5 - Este insiste que o PMDB deve se coligar com o DEM.
6 - Já conversou com César Maia, o que não é novidade.
7 - César Maia e Picciani têm acordo com Garotinho, eles serão candidatos ao Senado, Garotinho a governador.
8 - Acredito que Picciani e César disputarão o Senado. Mas nem passa pela minha cabeça admitir que Garotinho tente novamente um cargo que já ocupou.
PS - De qualquer maneira ainda não foi feita nenhuma convenção partidária. Alguns, como Jandira Feghali, não têm problema, no Rio e Estado do Rio o PC do B é ela.
Para ler a coluna do Helio completa, acesse:
http://www.tribunadaimprensa.com.br/coluna.asp?coluna=helio
Nenhum comentário:
Postar um comentário