segunda-feira, 2 de junho de 2008

Gás Natural Veicular: compensa ou não?

GNV só existe em um posto do DF

Em novembro de 2007 foi inaugurado o primeiro e até hoje único posto com gás natural veicular (GNV) no Distrito Federal. Localizado no Setor de Indústria e Abastecimento (SIA), atendia, no final do ano passado, cerca de 40 veículos diariamente. Hoje, segundo o funcionário Carlos Azevedo, esse número baixou para 12, a maioria caminhonetes. O combustível teve um aumento de 5,9% no mês passado em Brasília. O metro cúbico passou a custar R$ 1,79, um dos preços mais altos do país, segundo a Revista da Petrobras de março de 2008. Isso por causa do transporte. No Rio de Janeiro, o preço é de R$ 1,35 o metro cúbico. O Gás Natural Liquefeito (GNL) chega a Brasília em caminhões, vindo de Paulínia, São Paulo. Aqui, é transformado em Gás Natural Veicular (GNV), usado na indústria e para abastecimento de veículos. O litro da gasolina no DF custa R$ 2,59 e, um tanque cheio, em torno de R$ 120,00. O litro do álcool custa R$ 1,83, e um tanque cheio, cerca de R$ 90,00. O maior cilindro de gás tem 25 metros cúbicos, um tanque cheio dele custa aproximadamente R$ 44,00. Assim, um carro movido a gasolina roda aproximadamente 600 km com o tanque completo, um movido a álcool, 400 km e, se for a gás, circula cerca de 350 km. A conclusão é que, em Brasília, para quem mora longe do SIA, não vale a pena abastecer com o gás, já que o consumidor vai andar muito até chegar ao posto. Segundo Fábio Mota, funcionário do Departamento de Trânsito do DF (DETRAN) não chega a 1% o número de carros movidos a gás em Brasília. "A maior frota de veículo que utiliza o GNV são os caminhões de reboques. Existem aproximadamente 15 mil aqui em Brasília. Todos eles utilizam o combustível gás", explicou. A assessoria de imprensa da Agência Nacional do Petróleo (ANP) informou que o valor mensal de consumo do Gás Natural Veicular no DF é de 4000 metros cúbicos. Segunda a revista Soluções BR, de março de 2008, o percentual de carros circulando no Brasil a gás no ano de 1981 era de apenas 0,9% e agora, em 2008, cresceu para 9,6%. "A previsão até dezembro deste ano é que aumente o volume de vendas do GNV para o Brasil em aproximadamente 14 milhões a mais do que no ano de 2007. Não temos previsão de aumento em Brasília pois a capital não é um local de interesse, já que não possuiu um número de indústrias comparadas a São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santos, local das plataformas portuárias", disse Vanuza, assessora da ANP. Eduardo Gomes, consumidor do GNV e morador do Lago Sul, explica que o gás não é grande negócio para ele: "O meu carro é convertido e posso rodar com a gasolina ou o gás. O GNV não está valendo a pena pois o meu tanque é de apenas 7,5 metros cúbicos, que corresponde a mais ou menos R$ 14,00 e anda por volta de 90 Km, ou seja, até eu ir ao posto no SIA e voltar, só vão me restar poucos quilômetros para andar. Além de que ocupa muito espaço no porta-malas" Os cilindros do GNV variam entre 7,5 e 28 metros cúbicos, sendo o último usado em carros grandes como picapes, furgões e vans."Para mim vale muito a pena já que tenho uma caminhonete com um cilindro de 25m³ e um Vectra com um cilindro de 21m³. A economia é muito grande. Na minha caminhonete, com o tanque cheio de gás, rodo aproximadamente 270 Km pagando R$22,00", conta Márcio Alves, funcionário público do Supremo Tribunal de Justiça (STJ).

Patrícia Castello Branco é jornalista em Brasília e repórter especial deste Blog

Um comentário:

  1. Comigo não deu certo, poios tudo que economizei no g.n.v. gastei em manutenção e reparos, além do alto custo de instalação e regularização dos documentos, junto ao DETRAN...

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