Primeiros japoneses teriam vindo em 1907, um ano antes da chegada oficial em São Paulo. Historiador afirma que imigrantes foram para o Rio de Janeiro trabalhar na agricultura.
Do Globo Rural
Do Globo Rural
Um livro publicado por um historiador do Rio de Janeiro contesta o aniversário de cem anos da imigração japonesa no Brasil. Segundo o pesquisador Marcelo Abreu, os primeiros imigrantes teriam chegado em 1907 e foram trabalhar na agricultura.
Veja a cobertura completa do centenário da imigração
Foi para uma fazenda em Conceição de Macabu, a 219 quilômetros do Rio de Janeiro, que os primeiros japoneses teriam ido em 1907, um ano antes do início oficial da imigração japonesa em São Paulo. A pesquisa que está publicada no livro "Antes do Kasato Maru..." se baseou em publicações da década de 20 e em entrevistas com moradores da região.
“A principal testemunha foi uma senhora de 109 anos, a dona Maria Magnólia da Conceição, cujo pai era administrador da fazenda vizinha. E ela conviveu com japoneses, principalmente com crianças, que eram meninas em sua maioria, e estudava na mesma escola que essas meninas. Alguns autores da comunidade japonesa já escreveram sobre o assunto”, contou o historiador Marcelo Abreu.
Pioneiros
Entre os primeiros imigrantes estava a família de Saburo Kumabe, que ajudou a fundar o que seria a primeira colônia agrícola japonesa do Brasil. O grupo se estabeleceu na área onde existia a Fazenda Santo Antonio. Hoje, só existem ruínas do moinho que levava água para a fazenda e o alicerce de um engenho de moer cana. Ainda segundo a pesquisa na parte de cima eram plantados os pés de café. Hoje, eles já não existem mais. Na parte de baixo, os japoneses cultivavam arroz e feijão e depois vendiam no centro de Conceição de Macabu. O agricultor Sebastião Mendonça tem 78 anos e lembra que a família dele chegou a conviver com os imigrantes. “Meu tio contou muita coisa, mas faz tanto tempo que eu não lembro mais”, disse.
Dificuldades na adaptação
Dificuldades na adaptação
Segundo o pesquisador, a falta de experiência na agricultura foi o principal motivo do fracasso do projeto de colonização. “Esses japoneses eram integrantes da elite japonesa. Eram professores e funcionários públicos. Nenhum deles tinha tradição agrícola. Eram juízes, advogados e professores”, esclareceu. Em 1912, cinco anos após a chegada dos imigrantes japoneses, a colônia de Macabu chegou ao fim e a família Kumabe mudou-se para a cidade do Rio de Janeiro.
Reflexão:
Perguntinha que não quer se calar: italianos, japoneses, espanhões, portugueses, alemães...todos esses povos, quando passaram por dificuldades - guerras, crises, revoluções, fome, pestes - em seus países, vieram para cá e foram muito bem recebidos. Trouxeram ótimas contribuições para a Civilização Brasileira. Por que será que, hoje, tratam tão mal os brasileiros que vão pra lá? Será que o Itamaraty não deveria aproveitar essas datas para falar no assunto?
Said
Enquanto isso...
Política da Comunidade Européia sobre imigração
Brasil critica política de repatriamento
O Governo brasileiro lamentou a diretiva aprovada, ontem, pelo Parlamento Europeu, sobre o repatriamento de imigrantes ilegais, que estabelece regras mais rígidas de tratamento dos sem documentos.
"O Brasil, país que deu acolhida a milhões de imigrantes e descendentes hoje harmoniosamente integrados na sociedade brasileira, lamenta uma decisão que contribui para criar percepção negativa da migração", lê-se numa nota divulgada, ontem à noite, pelo Itamaraty, sede do Ministério das Relações Exteriores. De acordo com a diplomacia brasileira, a chamada "Diretiva de Retorno" vai no "sentido contrário ao de uma desejada redução de entraves à livre circulação de pessoas e de um mais amplo e pleno convívio entre os povos". A controversa lei que irá harmonizar, a nível comunitário, as regras para a detenção e expulsão de imigrantes ilegais foi aprovada pelo hemiciclo de Estrasburg com 369 votos a favor, 197 contra e 106 abstenções, e sem qualquer emenda. Ameaça de reciprocidadeNa terça-feira, o ministro das Relações Exteriores brasileiro afirmou que o Brasil está disposto a adotar o princípio da reciprocidade caso os europeus comecem a expulsar ou impedir a entrada de brasileiros no continente. "Se os europeus realmente querem reduzir o fluxo migratório, então devem acabar com os subsídios e com as barreiras tarifárias", destacou Celso Amorim, defendendo que a medida é fundamental para que os países possam crescer. Na avaliação de Amorim, ninguém deixa o seu país sem motivos e normalmente o que os imigrantes buscam são melhores condições de vida e de trabalho.
Nenhum comentário:
Postar um comentário