quarta-feira, 18 de junho de 2008

100 Anos de Imigração Nipônica




Livro contesta aniversário da imigração japonesa

Primeiros japoneses teriam vindo em 1907, um ano antes da chegada oficial em São Paulo. Historiador afirma que imigrantes foram para o Rio de Janeiro trabalhar na agricultura.
Do Globo Rural

Um livro publicado por um historiador do Rio de Janeiro contesta o aniversário de cem anos da imigração japonesa no Brasil. Segundo o pesquisador Marcelo Abreu, os primeiros imigrantes teriam chegado em 1907 e foram trabalhar na agricultura.



Veja a cobertura completa do centenário da imigração

Foi para uma fazenda em Conceição de Macabu, a 219 quilômetros do Rio de Janeiro, que os primeiros japoneses teriam ido em 1907, um ano antes do início oficial da imigração japonesa em São Paulo. A pesquisa que está publicada no livro "Antes do Kasato Maru..." se baseou em publicações da década de 20 e em entrevistas com moradores da região.

“A principal testemunha foi uma senhora de 109 anos, a dona Maria Magnólia da Conceição, cujo pai era administrador da fazenda vizinha. E ela conviveu com japoneses, principalmente com crianças, que eram meninas em sua maioria, e estudava na mesma escola que essas meninas. Alguns autores da comunidade japonesa já escreveram sobre o assunto”, contou o historiador Marcelo Abreu.

Pioneiros
Entre os primeiros imigrantes estava a família de Saburo Kumabe, que ajudou a fundar o que seria a primeira colônia agrícola japonesa do Brasil. O grupo se estabeleceu na área onde existia a Fazenda Santo Antonio. Hoje, só existem ruínas do moinho que levava água para a fazenda e o alicerce de um engenho de moer cana. Ainda segundo a pesquisa na parte de cima eram plantados os pés de café. Hoje, eles já não existem mais. Na parte de baixo, os japoneses cultivavam arroz e feijão e depois vendiam no centro de Conceição de Macabu. O agricultor Sebastião Mendonça tem 78 anos e lembra que a família dele chegou a conviver com os imigrantes. “Meu tio contou muita coisa, mas faz tanto tempo que eu não lembro mais”, disse.

Dificuldades na adaptação

Segundo o pesquisador, a falta de experiência na agricultura foi o principal motivo do fracasso do projeto de colonização. “Esses japoneses eram integrantes da elite japonesa. Eram professores e funcionários públicos. Nenhum deles tinha tradição agrícola. Eram juízes, advogados e professores”, esclareceu. Em 1912, cinco anos após a chegada dos imigrantes japoneses, a colônia de Macabu chegou ao fim e a família Kumabe mudou-se para a cidade do Rio de Janeiro.
Reflexão:
Perguntinha que não quer se calar: italianos, japoneses, espanhões, portugueses, alemães...todos esses povos, quando passaram por dificuldades - guerras, crises, revoluções, fome, pestes - em seus países, vieram para cá e foram muito bem recebidos. Trouxeram ótimas contribuições para a Civilização Brasileira. Por que será que, hoje, tratam tão mal os brasileiros que vão pra lá? Será que o Itamaraty não deveria aproveitar essas datas para falar no assunto?
Said
Enquanto isso...
Política da Comunidade Européia sobre imigração
Brasil critica política de repatriamento

O Governo brasileiro lamentou a diretiva aprovada, ontem, pelo Parlamento Europeu, sobre o repatriamento de imigrantes ilegais, que estabelece regras mais rígidas de tratamento dos sem documentos.

"O Brasil, país que deu acolhida a milhões de imigrantes e descendentes hoje harmoniosamente integrados na sociedade brasileira, lamenta uma decisão que contribui para criar percepção negativa da migração", lê-se numa nota divulgada, ontem à noite, pelo Itamaraty, sede do Ministério das Relações Exteriores. De acordo com a diplomacia brasileira, a chamada "Diretiva de Retorno" vai no "sentido contrário ao de uma desejada redução de entraves à livre circulação de pessoas e de um mais amplo e pleno convívio entre os povos". A controversa lei que irá harmonizar, a nível comunitário, as regras para a detenção e expulsão de imigrantes ilegais foi aprovada pelo hemiciclo de Estrasburg com 369 votos a favor, 197 contra e 106 abstenções, e sem qualquer emenda. Ameaça de reciprocidadeNa terça-feira, o ministro das Relações Exteriores brasileiro afirmou que o Brasil está disposto a adotar o princípio da reciprocidade caso os europeus comecem a expulsar ou impedir a entrada de brasileiros no continente. "Se os europeus realmente querem reduzir o fluxo migratório, então devem acabar com os subsídios e com as barreiras tarifárias", destacou Celso Amorim, defendendo que a medida é fundamental para que os países possam crescer. Na avaliação de Amorim, ninguém deixa o seu país sem motivos e normalmente o que os imigrantes buscam são melhores condições de vida e de trabalho.

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