segunda-feira, 9 de junho de 2008

Opinião

Agenda semanal


Uma semana de agenda "carregada", ainda mais com o petróleo rompendo limites e o risco cada vez maior de recessão nos EUA. Dentre os fatos da semana, destaque para a ata do Copom na quinta-feira; o desempenho do PIB doméstico no primeiro trimestre, nesta terça-feira; e o IPCA de maio na quarta-feira. Nos EUA, destaque para o Livro Bege na quarta-feira, mais um discurso de Ben Bernanke, presidente do Fed, na quinta-feira, e o IPC de maio, na sexta-feira. Outros indicadores são a balança comercial norte-americana na terça-feira; o IGP-M e o IPC da Fipe, com a primeira prévia de junho; as contas do Governo dos EUA na quarta-feira; as vendas de varejo, o estoque das empresas, o auxílio desemprego semanal e a reunião de Ministros do G8 no Japão, na quinta-feira; e o Sentimento do Consumidor de Michigan, na sexta-feira. Sobre o desempenho do mercado nesta segunda-feira, mais um desempenho negativo no ambiente doméstico, em função das perdas da Vale, causadas pela desvalorização do níquel - perda de quase 4% nos contratos futuros. Nos EUA, surpreendeu a expansão de 6,3% nas vendas de casas pendentes, mas novas perdas foram registradas no sistema bancário deste país, com destaque para o balanço trimestral da Lehman Brothers, registrando resultado negativo de US$ 2,8 bilhões. Sobre a pesquisa Focus, as projeções de inflação e de taxa de juros seguem revisadas para cima. Nesta semana não foi diferente, com o IPCA passando de 5,48% para 5,55%, o IGP-DI, de 9,82% para 9,01%, e o IGP-M, de 8,70% para 8,73%. Já a taxa de juros acabou revisada de 13,75% para 14,0%, sendo mantida em 12,50% para 2009. Além disto, o mercado aguarda um ajuste para 12,75% na reunião do Copom do final de julho, com uma seqüência de 0,5 ponto percentual até o final do ano em mais três reuniões do Copom. Nós, da Lopes Filho, ainda mantemos uma projeção de 13,5% para este fim de ano. Já a estimativa do dólar foi mantida para 2008 em R$ 1,70, e para 2009 R$ 1,78. No front inflacionário, os IGPs continuam "esticados", pela alta dos insumos e dos alimentos no início da cadeia produtiva, no atacado, mas já ocorrendo um repasse para o varejo. Em maio, o IGP-DI registrou 1,88%, contra 1,12% em abril, acumulando no ano 5,16% e em 12 meses 12,14%. O IPA subiu de 1,30% para 2,22%, com os Bens Finais passando de 0,05% para 1,45%, com grande contribuição dos alimentos in natura (deflação de 7,58% para alta de 4,04%). Já o IPC subiu 0,87% em maio, contra 0,72% em abril, com forte contribuição do item Alimentação (1,69% para 2,33%), com destaque para hortaliças e legumes (5,48% para 10,20%), arroz e feijão (-3,47% para 4,57%), carnes bovinas (1,28% para 3,97%) e aves e ovos (-2,41% para 1,69%).


Julio Hegedus Netto
Economista-chefe da Lopes Filho & Associados, Consultores de Investimentos.
julio@lopesfilho.com.br

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