A Comissão de Serviços de Infra-Estrutura (CI) reúne-se nesta quarta-feira (11), a partir das 10h, para ouvir sete pessoas ligadas, direta ou indiretamente, ao processo de compra e venda, em 2005, da companhia aérea Varig e da VarigLog, sua subsidiária de transporte de carga. Denise Abreu, ex-diretora da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), é a principal depoente nesta que será a primeira rodada da investigação que a CI pretende realizar. Foi ela quem denunciou a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, de favorecer o fundo norte-americano Matlin Patterson e três sócios brasileiros, durante a operação de venda das duas empresas. Além de Denise Abreu, deverão prestar depoimento o ex-presidente da Anac Milton Zuanazzi; o ex-procurador-geral da Anac João Ilídio de Lima Filho; o juiz do caso Varig, da 1ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, Luiz Roberto Ayoub; o ex-procurador da Fazenda Manuel Felipe Brandão, que se posicionou contra o fato de os adquirentes da Varig se livrarem de uma dívida tributária de R$ 2 bilhões; e os diretores da Anac Leur Lomanto e Jorge Velozo, que confirmaram as denúncias de Denise Abreu.
CPI
Está agendada para a semana que vem - dia 18, quarta-feira - nova rodada de investigação no caso Varig. Deverão prestar esclarecimentos no colegiado o advogado Roberto Teixeira, compadre do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e que, de acordo com denúncias, usou a sua influência junto ao governo para acelerar a operação de venda da Varig ao grupo Matlin Patterson; e os três sócios brasileiros que compraram as empresas, Marco Antonio Audi, Luiz Eduardo Gallo e Marcos Haftel. A ministra Dilma Rousseff não foi convidada para prestar depoimento nesta pré-apuração das denúncias. Os requerimentos para a realização das audiências públicas são de autoria do líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), da líder do PT e do bloco de apoio ao governo, senadora Ideli Salvatti (SC), do senador Demóstenes Torres (DEM-GO) e de outros membros do DEM e do PSDB. Os senadores da oposição alertam que, se os depoimentos não forem convincentes e se Denise Abreu confirmar as denúncias perante o colegiado, haverá pedido de criação de uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) para apurar as denúncias, classificadas por Demóstenes Torres de "muito graves". O senador não descarta a vinda de Dilma Rousseff ao colegiado. Mas em primeiro lugar, observou, é necessário ouvir as acusações que pesam sobre ela.
Cláudio Bernardo / Agência Senado
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