Rotas e rumos do Pólo Industrial
Belmiro Vianez Filho(*)
belmirofilho@belmiros.com.br
Os 100 mil trabalhadores do Distrito Industrial de Manaus, transportados diariamente pela empresas de transportes especiais, podem ficar à pé caso não haja, nesta semana, entendimento entre patrões e empregados no setor. Um fato que me chamou a atenção e aguçou a curiosidade. Acabei descobrindo que se trata de um serviço que cresceu e se profissionalizou ao longo da expansão do modelo industrial e que nem sempre mereceu a atenção dos gestores públicos, a despeito da relevância estratégica de sua atuação. O sistema tem 220 empresas, mas apenas 22 são sindicalizadas. Estas empregam 1.500 pessoas diretamente e possuem uma frota de aproximadamente 1.100 veículos, a maioria do modelo Euro 3, com gerenciamento eletrônico, e com operação dentro das normas ambientais, controladas pelos órgãos públicos. Pelos dados do sindicato é a frota mais nova do Brasil. Trata-se de uma boa notícia entre tantas que percorrem as rotas diárias do modelo ZFM e que sinalizam novos rumos de qualificação e profissionalização do Pólo Industrial. São empresas nativas, boa parte de seus empreendedores vinda do interior, e que se pautam pela busca da eficiência, atentos a prestar serviços diferenciados nas regras cada vez mais exigentes do mercado, que incluem clientes estrangeiros. O Sindicato, SIFRETAM, que congrega as empresas de transportes por fretamento, apóia, promove e fiscaliza a profissionalização das afiliadas. E estimula padrão internacional de procedimentos. Caberia indagar por que a Suframa não exige, ou recomenda a sindicalização como condição de atuar no Distrito... Tive a curiosidade de consultar alguns pares do setor industrial e constatei que o nível de satisfação dos usuários é animador. Todas as empresas precisam adotar a gestão ambiental como pré-requisito do licenciamento exigido por lei com renovação anual. O sindicato monitora cada uma delas no funcionamento da Brigada ambiental. E desde setembro de 2006, todas as viaturas usam bio-diesel e a lavagem da frota é feita obrigatoriamente pela captação da água da chuva. E pra completar a performance sócio-ambiental, a entidade oferece e promove campanhas informativas e educacionais em caráter permanente. Para este ano, os temas são: Prostituição infantil, Questões ambientais, Higiene e saúde. Que beleza! Indaguei junto à direção do sindicato sobre os incentivos, já que as empresas atuantes no modelo ZFM são constitucionalmente beneficiadas com vantagens fiscais e creditícias. Pois bem. Nenhum incentivo, a despeito de recolherem múltiplos impostos, incluindo os referentes ao consumo de 1 milhão e setecentos litros de óleo diesel/mês, e ao emprego de 1500 trabalhadores. Eles beneficiarem 100.000 pessoas/dia com um serviço de qualidade com que sonham dia e noite todos os usuários da rede municipal de transportes, uma verdadeira tragédia urbana, que tem isenção de ISS e do ICMS do combustível. De quebra, essas empresas têm um índice padrão internacional de acidentes, fazem cursos permanentes de direção defensiva e seus veículos tem velocidade controlada por tacógrafo. E há, com certeza, outras formas de compensação que permitiria às tais empresas compartilhar com seus colaboradores as vantagens que o modelo legalmente pode propiciar como o IPVA, e outros benefícios que venham sinalizar o reconhecimento de um relevante acerto no rol dos atores que fazem do modelo ZFM uma história de avanços. Nada como premiar acertos para incentivar sua freqüência... dizem os psicólogos comportamentalistas. Fica a sugestão.
Zoom-zoom
· Barack Obama – Na madrugada desta quarta-feira, o senador afro-americano Barack Obama anunciou que seria o candidato dos Democratas nas eleições dos Estados Unidos em novembro próximo. A possibilidade de um negro – afrodescendente, não é? - ocupar a Casa Branca é um marco histórico, a certeza da mudança e a esperança de que tudo pode se ajeitar.
· Etanol e alimentos - Histórica também foi a participação do presidente Lula na defesa da produção de etanol a partir da cana-de-açúcar pela graça e obra da inventividade tecnológica do Brasil, sem um centavo de subsídio, ontem na Conferência da FAO, em Roma. A mídia mundial se curvou diante da argumentação do presidente brasileiro, ao denunciar que os dedos da acusação contra o etanol estavam sujos de óleo!
· Dia Mundial do Meio Ambiente – São tímidas as ações de educação ambiental promovidas pelo conjunto da sociedade à vista das graves ameaças climáticas que estamos todos padecendo por conta do descaso ambiental de tantas gerações. Poder público, entidades de classe, instituições e imprensa... todos precisamos transformar todos os dias no compromisso permanente de cuidar de nossa casa, o meio ambiente.
· A ZFM do Mangabeira – Infeliz a consideração do ministro Mangabeira Unger, aquele do sotaque yankee, sobre o modelo ZFM. Para ele trata-se de um modelo inadequado para o aproveitamento da vocação natural da Amazônia. Decididamente este cidadão nada entende de nossa região, como, aliás, ele próprio já confessou. A Zona Franca é um dos maiores acertos, não da região, do país. E a condição necessária para darmos os passos seguintes da diversificação e interiorização sustentável de nosso desenvolvimento, senhor ministro!
(*) Belmiro é empresário e ocupa atualmente a presidência do Conselho Superior da Associação Comercial do Amazonas.
Belmiro Vianez Filho(*)
belmirofilho@belmiros.com.br
Os 100 mil trabalhadores do Distrito Industrial de Manaus, transportados diariamente pela empresas de transportes especiais, podem ficar à pé caso não haja, nesta semana, entendimento entre patrões e empregados no setor. Um fato que me chamou a atenção e aguçou a curiosidade. Acabei descobrindo que se trata de um serviço que cresceu e se profissionalizou ao longo da expansão do modelo industrial e que nem sempre mereceu a atenção dos gestores públicos, a despeito da relevância estratégica de sua atuação. O sistema tem 220 empresas, mas apenas 22 são sindicalizadas. Estas empregam 1.500 pessoas diretamente e possuem uma frota de aproximadamente 1.100 veículos, a maioria do modelo Euro 3, com gerenciamento eletrônico, e com operação dentro das normas ambientais, controladas pelos órgãos públicos. Pelos dados do sindicato é a frota mais nova do Brasil. Trata-se de uma boa notícia entre tantas que percorrem as rotas diárias do modelo ZFM e que sinalizam novos rumos de qualificação e profissionalização do Pólo Industrial. São empresas nativas, boa parte de seus empreendedores vinda do interior, e que se pautam pela busca da eficiência, atentos a prestar serviços diferenciados nas regras cada vez mais exigentes do mercado, que incluem clientes estrangeiros. O Sindicato, SIFRETAM, que congrega as empresas de transportes por fretamento, apóia, promove e fiscaliza a profissionalização das afiliadas. E estimula padrão internacional de procedimentos. Caberia indagar por que a Suframa não exige, ou recomenda a sindicalização como condição de atuar no Distrito... Tive a curiosidade de consultar alguns pares do setor industrial e constatei que o nível de satisfação dos usuários é animador. Todas as empresas precisam adotar a gestão ambiental como pré-requisito do licenciamento exigido por lei com renovação anual. O sindicato monitora cada uma delas no funcionamento da Brigada ambiental. E desde setembro de 2006, todas as viaturas usam bio-diesel e a lavagem da frota é feita obrigatoriamente pela captação da água da chuva. E pra completar a performance sócio-ambiental, a entidade oferece e promove campanhas informativas e educacionais em caráter permanente. Para este ano, os temas são: Prostituição infantil, Questões ambientais, Higiene e saúde. Que beleza! Indaguei junto à direção do sindicato sobre os incentivos, já que as empresas atuantes no modelo ZFM são constitucionalmente beneficiadas com vantagens fiscais e creditícias. Pois bem. Nenhum incentivo, a despeito de recolherem múltiplos impostos, incluindo os referentes ao consumo de 1 milhão e setecentos litros de óleo diesel/mês, e ao emprego de 1500 trabalhadores. Eles beneficiarem 100.000 pessoas/dia com um serviço de qualidade com que sonham dia e noite todos os usuários da rede municipal de transportes, uma verdadeira tragédia urbana, que tem isenção de ISS e do ICMS do combustível. De quebra, essas empresas têm um índice padrão internacional de acidentes, fazem cursos permanentes de direção defensiva e seus veículos tem velocidade controlada por tacógrafo. E há, com certeza, outras formas de compensação que permitiria às tais empresas compartilhar com seus colaboradores as vantagens que o modelo legalmente pode propiciar como o IPVA, e outros benefícios que venham sinalizar o reconhecimento de um relevante acerto no rol dos atores que fazem do modelo ZFM uma história de avanços. Nada como premiar acertos para incentivar sua freqüência... dizem os psicólogos comportamentalistas. Fica a sugestão.
Zoom-zoom
· Barack Obama – Na madrugada desta quarta-feira, o senador afro-americano Barack Obama anunciou que seria o candidato dos Democratas nas eleições dos Estados Unidos em novembro próximo. A possibilidade de um negro – afrodescendente, não é? - ocupar a Casa Branca é um marco histórico, a certeza da mudança e a esperança de que tudo pode se ajeitar.
· Etanol e alimentos - Histórica também foi a participação do presidente Lula na defesa da produção de etanol a partir da cana-de-açúcar pela graça e obra da inventividade tecnológica do Brasil, sem um centavo de subsídio, ontem na Conferência da FAO, em Roma. A mídia mundial se curvou diante da argumentação do presidente brasileiro, ao denunciar que os dedos da acusação contra o etanol estavam sujos de óleo!
· Dia Mundial do Meio Ambiente – São tímidas as ações de educação ambiental promovidas pelo conjunto da sociedade à vista das graves ameaças climáticas que estamos todos padecendo por conta do descaso ambiental de tantas gerações. Poder público, entidades de classe, instituições e imprensa... todos precisamos transformar todos os dias no compromisso permanente de cuidar de nossa casa, o meio ambiente.
· A ZFM do Mangabeira – Infeliz a consideração do ministro Mangabeira Unger, aquele do sotaque yankee, sobre o modelo ZFM. Para ele trata-se de um modelo inadequado para o aproveitamento da vocação natural da Amazônia. Decididamente este cidadão nada entende de nossa região, como, aliás, ele próprio já confessou. A Zona Franca é um dos maiores acertos, não da região, do país. E a condição necessária para darmos os passos seguintes da diversificação e interiorização sustentável de nosso desenvolvimento, senhor ministro!
(*) Belmiro é empresário e ocupa atualmente a presidência do Conselho Superior da Associação Comercial do Amazonas.
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