Fundo Amazônia, mais uma concessão do “ecopresidente”
Nilder Costa
Nilder Costa
(Alerta em Rede) – Com pompa e circunstância, o presidente Lula assinou na sexta-feira 1, na sede do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o badalado Fundo Amazônia cujo principal propósito oficial é captar doações para financiar o combate ao desmatamento e promover o ‘uso sustentável’ das florestas do bioma amazônico no Brasil. Segundo o ministro Carlos Minc (Meio Ambiente), o Fundo terá US$ 900 milhões já em seu primeiro ano de vigência e a meta é alcançar a fabulosa marca de 21 bilhões de dólares em 2020. O fundo foi modelado para a captação externa e o governo da Noruega já anunciou a sua adesão, pingando nada menos que US$ 100 milhões. Minc, que já está sendo chamado de ‘Indiana Jones de Brasília’, quer fazer crer que, apesar da participação financeira de outras nações, a gestão do fundo não irá sofrer influências externas: "Será um fundo soberano, sem ingerência de outros países e executado pelo BNDES", afirmou ele. Só mesmo os mais ingênuos poderiam acreditar que outros países iriam ‘investir’ milhões de dólares de mão beijada, sem ingerência em sua aplicação ou contrapartidas as mais variadas, nos mais variados campos. Nesse sentido, foi reveladora a reação do embaixador americano no Brasil, Clifford Sobel, à informação veiculada por Minc que os EUA também manifestaram interesse em contribuir para o fundo. Sobel disse que primeiro é preciso conhecer o projeto e que Henrietta Fore, administradora-chefe do USAID (agência do governo norte-americano para o desenvolvimento internacional), irá se reunir com Minc com tal propósito: "Ainda estamos no começo de uma conversa. Vamos primeiro aprender mais sobre o programa", disse Sobel. Aliás, até mesmo Paulo Adário, do Greenpeace, disse à influente revista The Economist que, na prática, será encontrado um modo de levar em consideração os desejos dos ‘doadores’. Os recursos do Fundo ficarão sob a guarda do BNDES, mas a aprovação das aplicações será feita por um ‘Conselho Tripartite’ formado por três câmaras: uma, com representantes do governo federal; a outra, de estados da Amazônia Legal; e a terceira por representantes da ‘sociedade civil’, onde as indefectíveis ONGs terão assento. As decisões do Conselho serão tomadas por ‘consenso’ e cada câmara terá direito a um voto.
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