VIGILÂNCIA O Vant, avião não tripulado, é controlado por uma base num contêiner. Se o avião for além de 300 km, o controle será feito por satélites
INTELIGÊNCIA O delegado Oliveira enfatiza o aumento de mil policiais
A base de controle e recepção de imagens do avião é móvel (um contêiner) e, quando a aeronave excede um raio de 300 quilômetros, passa a ser controlada por satélites. O Vant não precisa violar fronteiras de países vizinhos para investigar grupos e movimentos suspeitos, principalmente na Amazônia. Ele permite monitorar ações humanas a 30 quilômetros de distância. É bom lembrar que as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) já instalaram bases a dez quilômetros da fronteira com o Brasil. A aeronave israelense também poderá detectar os "submarinos" improvisados pelos narcotraficantes, que transportam até dez toneladas de cocaína em cada "charuto". O Vant terá também grande utilidade para o controle das placas dos carros usados para contrabandear armas em Ciudad del Este, por exemplo. E, nas favelas do Rio e São Paulo, o avião-espião terá condições de identificar os rostos de traficantes que exibem suas armas com desenvoltura. Imagens como essas possibilitarão mais prisões em flagrante.
MULTIFUNÇÃO A PF comprou 28 binóculos que fazem filmes e fotos digitais e têm visão noturna. Conseguem capturar a imagem de um avião a 25 km
Os binóculos militares multifunção são outra importante aquisição tecnológica da PF. Inicialmente, estão sendo comprados 28 deles, a US$ 80 mil a unidade. Esses binóculos são capazes de produzir fotos e filmes digitais e dispõem de visão noturna termal - que capta imagens através de temperatura que é medida por emissão de raios infravermelhos. Eles conseguem enxergar um avião a 25 quilômetros de distância. Um barco de pequeno porte pode ser identificado a 12 quilômetros. Os binóculos permitem ver se uma pessoa está armada a dois quilômetros. Todas as imagens são "georreferenciadas" - jargão técnico para designar o GPS. E os binóculos também têm a capacidade de calcular a distância do alvo. Outro equipamento que está sendo ansiosamente esperado pelos agentes federais é o laptop à prova d"água, que também é resistente a quedas de até 20 metros de altitude. Esse equipamento "robusto" será utilizado em investigações que correm sob segredo de Justiça. Isso porque ele tem a particularidade de apagar o arquivo do relatório do agente depois que esse o transmitir, via satélite, para o supercomputador da PF em Brasília. Os agentes da Inteligência também receberão uma minicâmera digital de última geração, com 60 gigabytes de memória e um zoom ótico superpotente. Tudo o que é filmado é "georreferenciado". Se uma câmera ou um laptop desses for roubado, o sistema localizará o equipamento através de GPS. O diretor-geral, Luiz Fernando Corrêa, diz que mais novidades virão. "Além da área de equipamentos e treinamento, vamos modernizar a gestão." Sua meta é prender o criminoso durante o crime, principalmente nos casos de corrupção. Resta saber se a maior eficácia tecnológica terá o condão de reduzir as críticas às chamadas " ações espetaculosas" da PF.
Matéria da revista IstoÉ da semana passada
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