Sarney consolida Dilma, mas abre cisão no PT
As vitórias de José Sarney e Michel Temer para as mesas do Congresso, se de um lado consolidaram de modo absoluto a candidatura da ministra Dilma Roussef na sucessão de 2010, mantendo firme a aliança PMDB-PT em torno do governo Lula, de outro contribuíram, especialmente para a eleição de Sarney, para tornar evidente uma cisão no Partido dos Trabalhadores.
Inegavelmente este, no fundo, foi o sentido que inspirou a presença de Tião Viana na disputa pelo comando do Senado. E não apenas isso. A senadora Ideli Salvati, ex-líder do PT, que se empenhou por Tião, acusou correligionários de terem traído compromissos que assumiram em favor desta candidatura.
A insatisfação com Sarney, assim, foi tornada pública. Sentindo a dissidência que começou a aparecer, o PSDB decidiu apoiar o parlamentar do Acre contra o do Amapá, ex-presidente da República. Na esperança de vencer a disputa na chamada câmara alta? Não.
Os senadores tucanos, Arthur Virgílio à frente, sabiam que não poderiam vencer. Até mesmo talvez nem quisessem a vitória, pois esta poderia desestabilizar politicamente o presidente Lula. Não poderia ser este o interesse da oposição. O interesse da oposição era o de encurtar a margem de derrota no Senado visando com isso alimentar a divisão que emergiu das cinzas parlamentares de segunda-feira. Conseguiu.
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