quinta-feira, 19 de junho de 2008

Geopolítica da desestabilização

Zulia e a onda separatista Latino-Americana

“Os cinco vice-reinados e as cinco capitanias do império espanhol se dividem em 25 países. As treze colônias norte-americanas se unem e formam a nação mais poderosa da Terra. Divide e vencerás; une e reinarás”. (Simón Bolívar)

República Independente e Ocidental de Zulia

A Venezuela é uma república federativa formada por 23 estados, um Distrito Federal, Dependências Federais (formada por diversas ilhas) e um Território em Reclamação com a Guiana (Zona en Reclamación - Guayana Esequiba).

Na fronteira ocidental, a noroeste da Venezuela, encontra-se o estado de Zulia, que envolve o Lago de Maracaibo. No lago se encontram as maiores reservas de petróleo e gás do hemisfério ocidental, responsável por cerca de 78% do petróleo produzido pelo país, e um porto altamente estratégico. A capital do estado é Maracaibo, a segunda maior cidade da Venezuela, e é o estado mais densamente povoado da república bolivariana, com mais de três milhões e meio de habitantes sendo um milhão deles colombianos. Possui uma produção agropecuária importante, fornecendo 80% do consumo nacional, e recursos naturais como fosfato e carvão.

Maracaibo

Está situada às margens do maior lago da América Latina, que leva seu nome, tendo sido descoberto em 24 de agosto de 1499 pelo marinheiro Alonso de Ojeda, companheiro de Colombo em sua segunda viagem. A cidade foi fundada no ano de 1529, pelo alemão Ambrosio Alfinger, que lhe deu o nome de Vila de Maracaibo. A origem de seu nome se deve ao Cacique Mara, que morreu combatendo os alemães. Reza a tradição que vendo seu líder morto, os índios gritavam: ‘Mara-caiu’, e assim originou-se o nome da capital zuliana. Alguns pesquisadores, porém, afirmam que o local onde está a cidade era chamado em língua indígena de ‘Maara-iwo’, ou ‘lugar onde abundam as serpentes’.

Movimiento "Rumbo Propio"

“Un movimiento político zuliano de afirmación regionalista, cuyo objetivo es el desarrollo integral del Zulia mediante el capitalismo liberal, único sistema idóneo a ese fin, a partir de la aprobación plebiscitaria de un Estatuto Autonómico en la región. ‘Autonomía’ es más que autogobierno pero menos que independencia política o secesión. Tampoco equivale a autosuficiencia económica: todo lo contrario. Rumbo Propio quiere el máximo de bienestar para los zulianos, poniendo al Zulia en el Primer Mundo, plenamente integrado en la economía global de hoy. Para ello no se requieren tratados engañosos tipo ALCA o Mercosur, sino nada más decretar los principios históricos de libre comercio y libre cambio, que en el pasado llevaron a las naciones hoy desarrolladas a ser ricas. Rumbo Propio es un movimiento de opinión, aunque no un partido. Y da la cordial bienvenida a movimientos similares en otras regiones de Venezuela y América latina, inspirados en los mismos principios y lineamientos
.”
A organização é liderada pelo ex-ministro da Agricultura, Néstor Suárez; pelo professor universitário Alberto Mensueti e pelo militar aposentado Hidelmaro Ferrer. O Ministério Público abriu uma investigação para determinar se a iniciativa da organização ‘Rumo Próprio’ atenta contra a Segurança Nacional. Segundo o Procurador Geral da República, Isaías Rodríguez, se trata de crime de “traição à Pátria, atentando contra a soberania e a segurança da nação”.

O vice-presidente do Rumo Próprio Alberto Mensueti considera que é necessário resgatar a independência comercial do país e afirma: “Somos de direita e, portanto, contrários ao socialismo. Queremos convencer a sociedade que o capitalismo liberal gera riqueza e bem-estar”. O ‘Rumo Próprio’ defende a diminuição do poder do Estado através da privatização dos serviços públicos e da autonomia fiscal.

Plano Balboa

"Estamos desenvolvendo um contra-plano Balboa. Isto é, se o Governo dos EUA planeja continuar com essa iniciativa imprudente de nos atacar, irá embarcar numa guerra de 100 anos. Estamos preparados." (Presidente Hugo Rafael Chávez Frias)

O Presidente venezuelano ao ser entrevistado, em outubro de 2005, no programa ‘Nightline’ da ABC News, voltou a afirmar que o Governo norte-americano tinha planos para ‘invadir seu país por causa do petróleo’ e que possuía ‘provas concretas’ que foram entregues ao jornalista Ted Koppel. O documento chamava-se ‘Operação Balboa’. O ‘Exercício Específico - Planejamento Operacional Balboa’, foi elaborado no ano 2001, para o ‘Segundo Curso de Estado Maior Conjunto das Forças Armadas da Espanha’, e seu objetivo era o de simular uma situação de conflito entre os países Azul, Marrom e Branco.
O Presidente Chávez e seu pessoal de inteligência avaliaram que tudo fazia parte de um planejamento estratégico para controlar a indústria petrolífera e proteger o fornecimento de energia para os EUA. Consideraram ainda que este o objetivo seria alcançado mediante a ocupação da região fronteiriça com a Colômbia (Zulia, Táchira e Apure). Uma das justificativas para a invasão do território venezuelano seria garantir a integridade da Colômbia, e reduzir a influência de Chávez.
A oposição, acostumada às fanfarronices chavistas, utilizou o fato para desacreditar o presidente perante a opinião pública mostrando que o tal ‘Plano Balboa’ nada mais era do que uma espécie de ‘Jogos de Guerra’, comuns em treinamento das Forças Armadas.

O Movimento de Pinça

Apesar do chiste ‘Balboa’, o Presidente Chávez tem realmente com que se preocupar. Os USA desenvolveram, nos últimos anos, um projeto para garantir total controle do mercado latino-americano através da instalação de bases militares. O objetivo final da militarização dos países da região segue paralelo aos seus propósitos econômicos e comerciais que seriam, futuramente, a apropriação de recursos estratégicos, controle territorial, exploração da força de trabalho barata e a expansão do modelo econômico neoliberal. É o conhecido ‘
movimento de pinça’ cujas tenazes são militar e a econômica. Para atingir esta última foram arquitetados uma série de programas de desnacionalização dos mercados latino-americanos, apropriação de recursos naturais, redução de custos trabalhistas e apoio integral aos movimentos separatistas. Vejamos alguns indícios que apontam para isso e que justificam as preocupações de Chávez:

Recentemente, o presidente colombiano, Álvaro Uribe, anunciou sua intenção de transferir a base militar dos EUA, de Manta, no Equador, para a Colômbia, apesar de já sediar três bases militares norte-americanas e diversos comandos militares operativos.
Uribe reúne-se, constantemente, com o governador de Zulia, Manuel Rosales (Many), latifundiário e dono de centros comerciais em Miami, opositor às políticas de Chávez, e expressa seu desejo de estreitar as relações entre Zulia e a Colômbia, como se considerasse Zulia uma nação independente da Venezuela.

As freqüentes visitas do embaixador William


Brownfield a Zulia, que qualifica do ‘melhor estado da Venezuela’. Brownfield fazendo coro à política de Uribe, lacaio norte-americano, comentou em Maracaibo: ‘Há 25 anos, morei dois anos na República Independente e Ocidental de Zulia e por isso, sei muito bem o que significa viver num país quente’.

Conclusão

“O imperialismo estadunidense utiliza movimentos infiltrados no país para gerar este tipo de medida de desestabilização. Os movimentos se chocarão contra nossas Forças Armadas e nosso povo unido”, (Hugo Chávez).

O cenário separatista no estado de Zulia é propício para as ações orquestradas pelos Estados Unidos considerando sua extensa fronteira com a Colômbia cujo presidente é um joguete do Pentágono. O embaixador norte-americano, William Browsfield, é amigo pessoal do governador Manuel Rosales. Zulia produz 78% do petróleo do país, considerando que a Venezuela é o quinto maior produtor mundial. Não há como negar os interesses econômicos que a Casa Branca tem sobre essa região e sua disposição estratégica de controlar a produção do ‘
ouro negro’.

Coronel de Engenharia Hiram Reis e Silva (professor do Colégio Militar de Porto Alegre)
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