Brasil gasta 1% do PIB com reservas
A manutenção das reservas internacionais do Brasil entre 1999 e 2007 custou aos cofres públicos o equivalente a 1% do Produto Interno Bruto (PIB) do País por ano. O cálculo é do Banco de Compensações Internacionais (BIS), o banco central dos bancos centrais. Em seu relatório trimestral, divulgado ontem a instituição destaca que os mercados emergentes já acumulam reservas de US$ 4,5 trilhões e defende maior diversificação na composição das reservas, inclusive com a criação de fundos soberanos para investir os recursos. Segundo o BIS, o custo das reservas no Brasil "deve ser atribuído às altas taxas de juros no País, assim como a valorização substancial do real desde 2003". Pelos cálculos da entidade, cada vez que o real valoriza, o BC perde em suas reservas. Isso porque o valor da reserva em real acaba diminuindo. "Qualquer valorização da moeda local contra a moeda que compõe a reserva reduz o valor da reserva", afirma o BIS. Já a taxa de juros encarece o valor que o próprio BC precisa obter para conseguir reais para comprar dólares. As reservas em moeda estrangeira atingiram US$ 195 bilhões em abril e, para maio, devem superar a marca de US$ 200 bilhões.
Dobraram
Dobraram
Em pouco mais de um ano, as reservas duplicaram com as compras feitas pelo Banco Central (BC). Para o BC, a reserva serve como um escudo contra eventuais choques internacionais. O montante adquirido pelo País teria ajudado a garantir o grau de investimento à economia brasileira, já que também serve como prova ao mercado de que o Brasil tem recursos suficientes para honrar sua dívida externa. O acúmulo de reservas está chamando a atenção do BIS, seja pelos recursos gerados pelo petróleo, pelo superávit chinês ou pelo desempenho das economias emergentes atraindo o capital que antes ia para o mercado americano. Segundo o relatório, a crise financeira fez com que os bancos contraíssem sua exposição nos Estados Unidos, ampliando o fluxo de recursos para as economias emergentes. Não por acaso, a América Latina se transformou em uma credora internacional em 2007 e muitas regiões observaram crescimentos recordes de entradas de recursos.
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